quarta-feira, abril 04, 2007
terça-feira, abril 03, 2007
Bertrand Russel e a política em Portugal
Por vezes sucede que as nossas vidas se orientam por aquele adágio que diz dar pérolas a porcos. Infelizmente, o mesmo adágico emigrou para a vida da nação e hoje tudo se confunde: as pérolas e os porcos. Les uns et les autres - todos coabitam na mesma choldra psico-emocional, tamanho foi o erro de percepção inicial, tamanhos são os erros da nossa polis.
Explicitemos com algumas notas da semana que passou, mas não sem antes referir que hoje acordámos - aparte os "cancros" que vamos cumulando - com uma evocação a Bertrand Russel, provavelmente o maior filósofo do séc. XX que muito nos influenciou. Pois dele - directamente - guardo três paixões, todas simples mas esmagadoras que ainda hoje iluminam a minha vida: a busca natural do amor, a busca - in extenso - do conhecimento, e a preocupação maior pelo sofrimento insuportável pelos problemas da humanidade, de que só temos leve impressão.
Esta troika de paixões são como ventanias, deambulam numa e noutra direcção, mas marcam o ritmo e a ciclotimia das nossas ideias, aspirações, objectivos nesse profundo oceano de angústia que por vezes nos é dado viver.
Angústia porquê... Se compulsarmos aquelas troika de objectivos - que admito qualquer um de nós persegue - com os facto-sinhos que marcam o agenda-setting da semana política em Portugal, fácilmente elaboramos a tal teoria do nojo.
Vejamos alguns desses exemplos:
1. A insistência como a mediacracia chafurda na putativa licenciatura de Sócrates na UnI (como se daí resultasse uma melhor ou pior governação para o bem comum).. Isto apesar de compreendermos que o expresso e a sic precisem de vender jornais e espaço publicitário.
2. Uns diálogos ordinários de Valentim loureiro;
3. A pornografia congressional da vida bafienta do PP e do Paulinho das feiras em concreto;
4. A demissão duma meia dose de democracia, a drª Nogueira Pinto - como se ela fosse uma estaca essencial à democracia e do rule of law;
5. A votação no velho Botas e os sinais dos seus herdeiros através dum cartaz promocional a um energúmeno que se quis promover à sombra dum outdoor anti-Imigração em pleno Marquês de Pombal... Que deveria ter imediatas consequências legais e pecuniárias pelo estrago de imagem que o dito partido fez à cidade, à história e à memória colectiva dos portugueses (mais fracos);
6. Ainda o relatório do Tribunal de Contas que diz aquilo que já sabíamos em matéria de cunhas e alta corrupção de valores praticados pelo governo Durão Barroso através do abuso da sua política de nomeações ministeriais e mais um sem número de faits-divers que só podem, se comparados com aquele legado de Bertrand Russel, gerar o nojo colectivo entre os portugueses de bem.
O problema não é isto ter-se passado como sendo mais uma semana desgraçada. O grande problema é que isto se transformou na regra da convivência nacional, e as excepções são cada vez mais microscópicas. Creio que Portugal já nem sabe viver doutra forma, senão a chafurdar na m....
Explicitemos com algumas notas da semana que passou, mas não sem antes referir que hoje acordámos - aparte os "cancros" que vamos cumulando - com uma evocação a Bertrand Russel, provavelmente o maior filósofo do séc. XX que muito nos influenciou. Pois dele - directamente - guardo três paixões, todas simples mas esmagadoras que ainda hoje iluminam a minha vida: a busca natural do amor, a busca - in extenso - do conhecimento, e a preocupação maior pelo sofrimento insuportável pelos problemas da humanidade, de que só temos leve impressão.
Esta troika de paixões são como ventanias, deambulam numa e noutra direcção, mas marcam o ritmo e a ciclotimia das nossas ideias, aspirações, objectivos nesse profundo oceano de angústia que por vezes nos é dado viver.
Angústia porquê... Se compulsarmos aquelas troika de objectivos - que admito qualquer um de nós persegue - com os facto-sinhos que marcam o agenda-setting da semana política em Portugal, fácilmente elaboramos a tal teoria do nojo.
Vejamos alguns desses exemplos:
1. A insistência como a mediacracia chafurda na putativa licenciatura de Sócrates na UnI (como se daí resultasse uma melhor ou pior governação para o bem comum).. Isto apesar de compreendermos que o expresso e a sic precisem de vender jornais e espaço publicitário.
2. Uns diálogos ordinários de Valentim loureiro;
3. A pornografia congressional da vida bafienta do PP e do Paulinho das feiras em concreto;
4. A demissão duma meia dose de democracia, a drª Nogueira Pinto - como se ela fosse uma estaca essencial à democracia e do rule of law;
5. A votação no velho Botas e os sinais dos seus herdeiros através dum cartaz promocional a um energúmeno que se quis promover à sombra dum outdoor anti-Imigração em pleno Marquês de Pombal... Que deveria ter imediatas consequências legais e pecuniárias pelo estrago de imagem que o dito partido fez à cidade, à história e à memória colectiva dos portugueses (mais fracos);
6. Ainda o relatório do Tribunal de Contas que diz aquilo que já sabíamos em matéria de cunhas e alta corrupção de valores praticados pelo governo Durão Barroso através do abuso da sua política de nomeações ministeriais e mais um sem número de faits-divers que só podem, se comparados com aquele legado de Bertrand Russel, gerar o nojo colectivo entre os portugueses de bem.
O problema não é isto ter-se passado como sendo mais uma semana desgraçada. O grande problema é que isto se transformou na regra da convivência nacional, e as excepções são cada vez mais microscópicas. Creio que Portugal já nem sabe viver doutra forma, senão a chafurdar na m....
Os novos sobreiros...da política em Portugal
in Macroscópio
Cada vez mais vivemos num mundo estranho. Não pelo facto de Marcelo de Sousa achar que o 2º maior problema de Sócrates (depois da Ota) são as condições em que ele realizou a sua licenciatura na UnI. Mas pelo facto de até os sobreiros também já não serem o que eram. Dum analista aguarda-se isenção, rigor, imparcialidade, enfim, verdade analítica - e dizer que a licenciatura de Sócrates vale tanto como a falta de investimento em Portugal, o desemprego, as reformas da economia e no Estado é, verdadeiramente surrealista.
Marcelo às vezes saí-se com umas lérias do outro mundo. Nestes casos, mais dúbios, deveria ensaiar o número em casa mais vezes, assim filtraria melhor o que a razão analítica permite que se diga daquilo que deve atirado ao rio Tejo, onde, curiosamente, Marcelo dava mergulhos para convencer os papalvos lisboetas no final da década de 80. Resultado: perdeu, e logo para sampaio, o mais fraco dos candidatos do PS...
Por analogia às inverdades analíticas do génio jurisconsulto, perfila-se alí aquele sobreiro, certamente um dos que uma amiga irá encontrar a caminho do Alentejo. Mas também aqui o mundo mudou: era suposto que um sobreiro desse cortiça, mas se atentarmos naquele espécime constatamos que é um sobreiro sui generis, tem uma bela cintura, maminhas e, com jeito, ainda se consegue visualizar a cabeça dela, quer dizer do sobreiro. Por momentos até pensei que era Marcelo a analisar a política da Educação na rtp, mas a silhueta não é, certamente, a de Maria de Lurdes Rodrigues.
Marcelo às vezes saí-se com umas lérias do outro mundo. Nestes casos, mais dúbios, deveria ensaiar o número em casa mais vezes, assim filtraria melhor o que a razão analítica permite que se diga daquilo que deve atirado ao rio Tejo, onde, curiosamente, Marcelo dava mergulhos para convencer os papalvos lisboetas no final da década de 80. Resultado: perdeu, e logo para sampaio, o mais fraco dos candidatos do PS...
Por analogia às inverdades analíticas do génio jurisconsulto, perfila-se alí aquele sobreiro, certamente um dos que uma amiga irá encontrar a caminho do Alentejo. Mas também aqui o mundo mudou: era suposto que um sobreiro desse cortiça, mas se atentarmos naquele espécime constatamos que é um sobreiro sui generis, tem uma bela cintura, maminhas e, com jeito, ainda se consegue visualizar a cabeça dela, quer dizer do sobreiro. Por momentos até pensei que era Marcelo a analisar a política da Educação na rtp, mas a silhueta não é, certamente, a de Maria de Lurdes Rodrigues.