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Antes de tentar Comunicar é necessário saber ouvir

sábado, fevereiro 24, 2007

Agostinho da Silva um filósofo português

Um Grande Português - Agostinho da Silva

Vinte anos após a morte de Zeca Afonso: um testemunho


O que poderá um miúdo lembrar sobre a vida e obra de Zeca Afonso hoje, vinte anos após o seu desaparecimento? Nada ou muito pouco... Umas sonoridades, umas guitarradas, uns sonhos, uns idealismos, uns copos de tinto misturados com uns frangos e umas cervejolas e graçolas da época contra o velho "Botas" ou resquícios dele, uns quilos de utopia e uma vontade transformadora do mundo, como diria o velho barbudo Carlinhos Marx. Que, porventura, toda aquela geração de músicos e compositores, politizados pela velha Coimbra da Universidade, do fado e das farras consolidou.


Ainda batia com a testa na esquina das mesas e esbracejava para chegar ao botão dos rádios a válvulas quando ouvi pela 1ª vez as músicas do Zeca Afonso. Na altura não havia hip op, rap, house e outros estilos musicais. Cedo percebera que havia alí luta de homens através da música: os que queriam a manutenção da situação política e aqueles outros que queriam a transformação do que estava e só servia meia dúzia de senhores instalados no poder, na banca e na alta e medíocre finança daquele - então - Portugal rural, agrícola, apartado da Europa com uma economia frágil então muito importadora e pouco exportadora. Ou seja, muito dependente do exterior e pouca produtiva e inovadora intramuros. Hoje parece que a coisa não está assim muito diferente, apesar das redes sociais e das estruturas conectivas ampliadas pelo Rizoma que é a Internet.
Na altura vivia em Abrantes, ou melhor estudava no velho liceu de Abrantes, e notava que nos dias em que o meu falecido Pai me levava à escola no Porshe 911 preto com aleron, nesse dia tinha muitos amigos, nos dias em que chegava de mota também tinha alguns amigos, mas nos dias em que chegava a pé ou by bus tinha apenas os livros como companheiros. Era assim na velha e rural cidade de Abrantes onde hoje as motivações, apesar de terem mudado de modelo, de marca e de cilindrada, não mudaram assim tanto, e por uma razão simples: o homem continua a ser o velho-cão materialista de sempre e nem o banho de cultura o civiliza...
A internet também não faz milagres, em certos casos até amplifica o analfabestimo digital, a avaliar pelas respostas e considerações que o actual Procurador-Geral da República dá ao País...
Foi nesse contexto social e relacional que guardei ecos da voz misteriosa, profunda e sonhadora de Zeca Afonso, apesar de nunca ter sido um adepto daqueles sonhos de transformação que rápidamente o PCP se apropriou estragando, por vezes, o melhor que a música e a letra do Zeca tinham. Aqui cabe uma palavra a Mário Soares, talvez a peça mais importante na altura porque travou Cunhal e os ímpetos comunistas que desejavam lançar Portugal num modelo de comunismo à soviética. Hoje estaríamos ao lado da Albânia em termos de índices de desenvolvimento comparativo. Mas como não seguimos esse modelo à soviética, resta-nos pensar que ainda estamos à frente do Chipre!!! Do Chipre?!!!
Hoje faz já 20 anos após a morte de Zeca, o cantor-compositor de músicas que ouvia no carro com o meu Pai, o meu irmão e alguns amigos no tempo em que as viagens demoravam horas, mesmo que fosse para percorrer breves kilómetros. Mesmo os que não o apreciavam, tinham sempre por ele o respeito de o ouvir em silêncio, pois quando não se apreciava a música a letra batia forte; quando a letra era secundarizada era a música que produzia impacto nas nossas consciências. Letras e impactos que hoje pouco ou nada dizem às novas gerações dos morangos com açucar, que miram o mundo em permanente transformação, sem que tenham de pensar que já muitas pessoas tiveram como ideal de vida o apenas viver em Liberdade, livre da censura, da PIDE/DGS e de muitas outras malhas que as ditaduras tecem, de forma clara ou oculta.
Bem sei que hoje a utopia se mede pelo balanço bancário, a ideologia está vertida no emprego e no modelo de automóvel que se tem ou nas roupas de marca que se ostenta, os sonhos estão espraiados na casa que se conseguiu comprar e por aí fora. Estou desconfiado que se Zeca Afonso cá regressasse hoje a 1ª coisa que perguntaria era saber em que País estava, depois talvez pedisse desculpa por ter cantado o que cantou por saber, antecipadamente, que hoje só muito dificilmente alguém o ouviria, respeitaria ou mesmo lhe solicitaria um autógrafo.
É isto que a merda do tempo que passa faz às pessoas. Os que têm memória ou estão velhos e caquéticos recordam para dentro e ficam nostálgicos; os mais novos ofendem aqueles que se lembram por se tratar de música cafona e de letras que hoje parecem, à 1ª vista, não terem fundamento ou relação com as suas vidas, não obstante as novas e gritantes desigualdades intergeracionais que o capitalismo de casino desta globalização predatória impôs às sociedades europeias e aos seus filhos, que somos todos nós: aqueles que hoje habitamos o Velhinho Continente.
Com ou sem Zeca Afonso ou ecos das suas belas e utópicas músicas e letras, que ainda hoje nos ajudam a envelhecer mais lentamente, porque somos obrigados a recordar o tempo perdido, como diria Marcel Proust...
Fez hoje 20 anos após a morte de Zeca Afonso e o mundo parece hoje mais desigual, fragmentado e sacana do que nunca...


PS: estou muito curioso para saber o que de tudo isto pensará o Memórias Futuras, que pela geração e vivências saberá muito melhor descobrir a alma dessas narrativas do que um puto que do zeca só tem uma memória fragmentada.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Os gordos do poder local e o recrutamento político via blogosfera



Duas abordagens do mesmo problema: a corrupção no poder local em Portugal, com especial incidência na Capital do país hoje tolhida por um tsunami político.

Hoje, mais do que nunca, o poder local está em avaliação em Portugal: os casos de alegada corrupção, peculato e muitos outros ilícitos na Câmara Municipal de Lisboa - assim como noutras autarquias, vieram levantar a lebre à mediacracia que assim encontra também a sua raison d´être no palco de robertos do nosso tempo.


Os gordos no poder local são, desse modo, todos aqueles agentes que visam enriquecer, traficar influências, empregar os amigos e os apoiantes à custa das funções públicas que exercem e dos dinheiros públicos que gerem, e pouco ou nada zelam pela defesa e promoção do bem-comum da colectividade. Os gordos no poder são, assim, o outro nome para os corruptos do poder local neste 1º decénio do III milénio em Portugal.


É essa a imagem que hoje cola à actual equipa-de-aviário encabeçada por carmona e imposta pessoalmente por MMendes aos lisboetas.


Se compararmos esta gordura dos corruptos do poder local em Portugal, que estão sendo investigados pela PGR como ontem informou o Sr. Pinto Monteiro na RTP, com a necessidade de fazermos uma dieta a sério, concluímos pelo seguinte: ao longo da nossa vida, cada ser humano ingere, em média, cerca de 50 a 65 toneladas de comida. Nela está a sobrevivência, mas também a causa de reacções adversas e inesperadas.


Hoje sabe-se que o mal dessa gordura e adiposidade tem nome: a incompetência de braço dado com a corrupção, o nepotismo e o peculato. São todos esses crimes juntos, e outros mais que ainda nem sequer foram tipificados na lei e não têm previsão conceptual e legal, que entravam a gestão eficaz do governo e boa gestão e progresso das vilas e cidades de Portugal.


É por essa razão que o País tem urgentemente que fazer uma dieta, e trocar a gordura por músculo, sobe pena de muitos mais ficarem obesos afogando com eles toda a polis nesse peso.
Quando se olha para aquele gordo balanceando desesperadamente sobre aquele cilindro, a imagem que nos é devolvida não é apenas a de MMendes de braço dado com Carmona, mas a de umas centenas de autarcas e de caciques locais deste Portugal profundo que, desde logo, tem na Madeira o seu mais pernicioso exemplo de demokratura anti-pluralista.




Líder, segundo o Jumento, donde esta imagem foi extraída.


Desconhecíamos que o Jumento fazia consultoria e recrutamento político-partidário via blogue. Espero que que o PGR, o Sr. Pinto Monteiro não o leia, senão vai logo dizer que não "paxa" duma carta anónima que só "merexe" o caixxxxote do lixxxo...
Esperemos que as direcções partidárias, tipo bloco central (PS-PSD que perfilam o arco governativo desde o 25 de Aril) também não o leiam senão vão logo fazer concorrência às Agências de Comunicação - tipo Luís Paixão Martins (LPM, Cunha Vaz e ass. , contra quem Carrilho se bateu o ano passado) que hoje pretendem fazer-se credenciar no hemiciclo de S. Bento, quiça por se entender que os jornalistas deixaram à muito de assegurar o seu papel de informar os cidadãos.

Seja como fôr, aproveito aqui esta imagem à Hugo Boss para perguntar aos interessados sobre quem esta imagem mais se assemelha. Vejamos algumas opções:

1. Marques Mendes não será por causa das medidas;

2. António Borges também não usa barba;

3. Pedro santana Lopes também é pouco verosímel que seja dado que já tem pouco cabelo;

4. António Preto e Manela Ferreira Leite caem fora do perfil: um porque nunca teve perfil, outra porque é mulher;

5. Carmona também não poderá ser porque está em vias de ter de pôr as barbas de molho;

6. Será Dias Loureiro disfaraçado de advogado anarca? Miguel Frasquilho em tempo de carnavalício? Al berto João Jardim no seu estado natural...

Ou será mesmo o Jumento que, afinal, anda a brincar com todos nós e não diz quem é...

Quem, afinal, se esconde sob aquele casaquinho Armani da Feira do Relógio e sob aquela cabeleira e barbas?

Esta não é uma questão qualquer: é um questão vital para a Democracia portuguesa e o regime republicano. Ambos a carecer de revisão e reforma...
Se nada fizermos todos ficaremos como estamos: mascarados
."

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

O preço de tudo, o valor de nada

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