Lisboa, cidade amiga das pessoas
Lisboa está a mudar!...
É uma mensagem cheia de esperança que esta frase contém... A esperança que deveria ser a última a morrer, para mim morreu há alguns anos atrás quando desisti de viver em Lisboa e fui obrigado a viver num concelho vizinho em 1995.
A principal razão que me fez mudar foi o preço da habitação em Lisboa relativamente à qualidade de vida que tinha com esse custo. Ou seja, o beneficio que retirava da centralidade de viver em Lisboa era muito pouco e resumia-se à fuga do trânsito que diariamente entra na cidade, quando o fim-de-semana chegava era inevitável a minha fuga para fora da cidade, tal como faziam grande parte dos habitantes da altura, as ruas desertas a partir de sábado à tarde davam-me uma grande depressão, a cidade parecia adormecida à espera da segunda-feira e mais uma semana de trabalho.
Nunca consegui perceber os dirigentes autarquicos da altura, viram a cidade ser tomada pelos serviços e não terem qualquer preocupação com a dramática perda de munícepes.
Finalmente começo a ver que os politicos também conseguem sentir a cidade e pensá-la de uma forma mais humana, o que me devolve alguma esperança.
Os novos projectos para a cidade de Lisboa, dos quais destaco os 80 Km de ciclovias e a interdição do transito a veículos na baixa, com a construção de dois túneis que circularão aqula zona, são duas medidas importantissímas para a revitalização de um espaço que está a morrer.
É preciso coragem política para levar a cabo o fecho da baixa pombalina à circulação automóvel, mas o benefício que todos podem tirar é bem maior que os transtornos que irá causar. É preciso acabar com o triste hábito de as pessoas quererem levar o carro se possível para dentro das lojas, quando vão a um Colombo fazem também quilometros a pé dentro de um espaço fechado e não protestam, porquê não os fazerem ao ar livre sem poluição?
Em relação às vias cicláveis acho que a autarquia podia ir mais longe e em coordenação com Almada encontrar solução para criar uma travessia mista, pedonal e bicicleta entre as duas margens,poderá não ser facil do ponto de vista técnico pois a ponte 25 de Abril parece já não ter espaço disponível, no entanto, a ideia é um desafio para as duas autarquias. É um sonho que eu tenho para Lisboa e que mexe também com muitos interesses instalados, mas este executivo se for novamente eleito nas autárqucas do próximo ano poderá ter novos argumentos para colocar o interesse da população à frente de interesses corporativos.
Para terminar, deixo aqui uma relexão: Será que com os projectos mencionados chega a oportunidade de colocar o comércio da baixa com horário alargado a par dos centros comerciais?
E que tal os comerciantes da baixa criarem uma entidade gestora daquele espaço e passar a ser essa entidade a gerir toda a promoção e comercialização do espaço, tal como se de um centro comercial se tratasse.
A baixa é um centro comercial natural que não consegue reagir à concorrencia que os grandes centros comercias fazem apenas porque a sua gestão está totalmente fragmentada. A baixa está a morrer não é por causa da crise é por causa da dispersão de interesses.