Bertrand Russel e a política em Portugal
Por vezes sucede que as nossas vidas se orientam por aquele adágio que diz dar pérolas a porcos. Infelizmente, o mesmo adágico emigrou para a vida da nação e hoje tudo se confunde: as pérolas e os porcos. Les uns et les autres - todos coabitam na mesma choldra psico-emocional, tamanho foi o erro de percepção inicial, tamanhos são os erros da nossa polis.
Explicitemos com algumas notas da semana que passou, mas não sem antes referir que hoje acordámos - aparte os "cancros" que vamos cumulando - com uma evocação a Bertrand Russel, provavelmente o maior filósofo do séc. XX que muito nos influenciou. Pois dele - directamente - guardo três paixões, todas simples mas esmagadoras que ainda hoje iluminam a minha vida: a busca natural do amor, a busca - in extenso - do conhecimento, e a preocupação maior pelo sofrimento insuportável pelos problemas da humanidade, de que só temos leve impressão.
Esta troika de paixões são como ventanias, deambulam numa e noutra direcção, mas marcam o ritmo e a ciclotimia das nossas ideias, aspirações, objectivos nesse profundo oceano de angústia que por vezes nos é dado viver.
Angústia porquê... Se compulsarmos aquelas troika de objectivos - que admito qualquer um de nós persegue - com os facto-sinhos que marcam o agenda-setting da semana política em Portugal, fácilmente elaboramos a tal teoria do nojo.
Vejamos alguns desses exemplos:
1. A insistência como a mediacracia chafurda na putativa licenciatura de Sócrates na UnI (como se daí resultasse uma melhor ou pior governação para o bem comum).. Isto apesar de compreendermos que o expresso e a sic precisem de vender jornais e espaço publicitário.
2. Uns diálogos ordinários de Valentim loureiro;
3. A pornografia congressional da vida bafienta do PP e do Paulinho das feiras em concreto;
4. A demissão duma meia dose de democracia, a drª Nogueira Pinto - como se ela fosse uma estaca essencial à democracia e do rule of law;
5. A votação no velho Botas e os sinais dos seus herdeiros através dum cartaz promocional a um energúmeno que se quis promover à sombra dum outdoor anti-Imigração em pleno Marquês de Pombal... Que deveria ter imediatas consequências legais e pecuniárias pelo estrago de imagem que o dito partido fez à cidade, à história e à memória colectiva dos portugueses (mais fracos);
6. Ainda o relatório do Tribunal de Contas que diz aquilo que já sabíamos em matéria de cunhas e alta corrupção de valores praticados pelo governo Durão Barroso através do abuso da sua política de nomeações ministeriais e mais um sem número de faits-divers que só podem, se comparados com aquele legado de Bertrand Russel, gerar o nojo colectivo entre os portugueses de bem.
O problema não é isto ter-se passado como sendo mais uma semana desgraçada. O grande problema é que isto se transformou na regra da convivência nacional, e as excepções são cada vez mais microscópicas. Creio que Portugal já nem sabe viver doutra forma, senão a chafurdar na m....
Explicitemos com algumas notas da semana que passou, mas não sem antes referir que hoje acordámos - aparte os "cancros" que vamos cumulando - com uma evocação a Bertrand Russel, provavelmente o maior filósofo do séc. XX que muito nos influenciou. Pois dele - directamente - guardo três paixões, todas simples mas esmagadoras que ainda hoje iluminam a minha vida: a busca natural do amor, a busca - in extenso - do conhecimento, e a preocupação maior pelo sofrimento insuportável pelos problemas da humanidade, de que só temos leve impressão.
Esta troika de paixões são como ventanias, deambulam numa e noutra direcção, mas marcam o ritmo e a ciclotimia das nossas ideias, aspirações, objectivos nesse profundo oceano de angústia que por vezes nos é dado viver.
Angústia porquê... Se compulsarmos aquelas troika de objectivos - que admito qualquer um de nós persegue - com os facto-sinhos que marcam o agenda-setting da semana política em Portugal, fácilmente elaboramos a tal teoria do nojo.
Vejamos alguns desses exemplos:
1. A insistência como a mediacracia chafurda na putativa licenciatura de Sócrates na UnI (como se daí resultasse uma melhor ou pior governação para o bem comum).. Isto apesar de compreendermos que o expresso e a sic precisem de vender jornais e espaço publicitário.
2. Uns diálogos ordinários de Valentim loureiro;
3. A pornografia congressional da vida bafienta do PP e do Paulinho das feiras em concreto;
4. A demissão duma meia dose de democracia, a drª Nogueira Pinto - como se ela fosse uma estaca essencial à democracia e do rule of law;
5. A votação no velho Botas e os sinais dos seus herdeiros através dum cartaz promocional a um energúmeno que se quis promover à sombra dum outdoor anti-Imigração em pleno Marquês de Pombal... Que deveria ter imediatas consequências legais e pecuniárias pelo estrago de imagem que o dito partido fez à cidade, à história e à memória colectiva dos portugueses (mais fracos);
6. Ainda o relatório do Tribunal de Contas que diz aquilo que já sabíamos em matéria de cunhas e alta corrupção de valores praticados pelo governo Durão Barroso através do abuso da sua política de nomeações ministeriais e mais um sem número de faits-divers que só podem, se comparados com aquele legado de Bertrand Russel, gerar o nojo colectivo entre os portugueses de bem.
O problema não é isto ter-se passado como sendo mais uma semana desgraçada. O grande problema é que isto se transformou na regra da convivência nacional, e as excepções são cada vez mais microscópicas. Creio que Portugal já nem sabe viver doutra forma, senão a chafurdar na m....
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