Aqui temos de recorrer à teoria sociológica que explica esta dinâmica catastrófica - para o indivíduo e para o tecido conjuntivo da sociedade - e referir que tal mudança é estimulada por uma troika de forças: a tecnologia, as instituições e os valores. Descodificando: as ferramentas, as regras e os valores. E é aqui que nos encontramos, escravos de todas estas forças, para o melhor e para o pior. Infelizmente tem sido para o pior, a ajuizar pela ausência de taxas de poupanças que poderiam ser aforradas nos bancos que depois poderiam emprestar esse capital de forma mais reprodutiva na sociedade. Em seu lugar, os bancos ainda enriquecem a emprestar dinheiro aos particulares, como os velhos prestamistas judeus faziam aos reis, dado o consumo desenfreado das pessoas (singulares). Ora, este desequilíbrio é péssimo para a economia, sobretudo se se pensar que 70/80% dos bens comprados são produzidos no exterior e não contribuem directamente para criar riqueza ou postos de trabalho sustentáveis. Daqui resulta já uma 1ª conclusão: é aquela troika de forças (tecnologia, instituições e valores) que nos está a formatar a mente, e não o inverso, o que é perigoso. Em vez de nos emanciparmos desse tipo de desenvolvimento sumptuoso e de nos aproximarmos de Deus, estamos antes cada vez mais dependentes do status artificial que aqueles bens oferecem na configuração das identidades e mais distantes de Deus. Daqui resulta o abismo, a vertigem, a voracidade. É como se estivessemos a ser comidos, esventrados, devorados pelos braços armados da tecnologia, pelo dinheiro, pelo brilho daqueles cristais e, ainda por cima, oferecêssemos um sorriso de cumplicidade sinalizador de que aquela troika de forças poderia continuar o massacre neste jogo de morte consentida.
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