Marketeer500

Antes de tentar Comunicar é necessário saber ouvir

quinta-feira, julho 26, 2007

A entrevista de Sócrates pelas lentes do Macroscópio


A entrevista do PM - p'lo Macro


"Sócrates - um PM bem preparado, atento, combativo e enérgico


O que vejo nesta foto antes da entrevista é o mesmo que vejo depois dela:


ANTECÂMARA:


-O PM em 2009
- A sombra de MMendes
- O estertor de PPortas e do partido do táxi que entretanto se converteu no partido do monolugar
Lembrei-me também de Jacques Delors e de John Major - que por não serem licenciados fizeram da Europa um pólo de desenvolvimento social e económico e com visão e um estatuto estratégico que hoje - com Barroso - a Europa manifestamente não dispõe. A Europa de Barroso é, em rigor, a gestão corrente duma merceeria da Morais Soares a caminho do Alto de S. João - em que o dito Barroso aparece de lápis da orelha e de papel pardo na mão a embrulhar chouriços e farinheiras de Trás-os-Montes, sua terra Natal, como gosta de dizer.

Sócrates ainda pode vir a ter uma projecção europeia, para tal basta que não faça o número de deserção de Zé Durão Barroso, governe com mais sensibilidade social e seja mais atento aos pequenos grandes detalhes da média e alta administração, de forma a impedir que DRENs voltem a drenar. Porque só esse episódio roubou-lhe mais eleitores do que aqueles empregos que prometeu criar no quadro do seu Plano Tecnológico. E, já agora, que deixe uma marca mais do que impressiva no futuro da construção da Europa a que hoje preside.

Feito o preâmbulo, façamos uma ronda pelo que resultou da "entre-vista" naquela conversa a três - animada, combativa e enérgica - com mais cedências dos jornalistas dinamizada com algumas correcções do PM.

Tudo bons rapazes, portanto, até porque a média de idades convergia para uma geração comum que aprendeu pelos mesmos livros, embora nem todos se formassem pela UnI, mas era uma geração de vencedores que esteve alí à conversa, uns no jornalismo político, outros na política. Embora por vezes a ânsia do Ricardo Costa me faça supôr que quisesse trocar os papéis...

Vejamos algumas ideias-força:

1. A Europa está a correr bem a Portugal, arrancou melhor com a cimeira com o Brasil onde se tratou das energias renováveis e se alinhavou o futuro e meteu Lula do "lado de cá";

2. Referendo.., logo se vê. Prudência e caldos de galinha.. Socas revelou destreza, prudência e extrema ductibilidade - sinal de arguta diplomacia em matéria de política internacional. Só após ter o texto do tratado na mão dirá se Portugal vai (ou não) a referendo. Bem visto, até porque o país não é rico e o povo também não vai ler o tratado para, em função disso, votar. E se tiver de o fazer se calhar a abstenção será semelhante à ocorrida na Capital.. Qualquer dia teremos de referendar é a própria abstenção.

3. A política económica e financeira esteve na berlinda, sendo que despesa pública continuará a baixar até 2009. Seria bom que isso fosse acompanhado de mais e melhor Investimento Directo Estrangeiro (IDE), competência do Sr. Basílio Horta que, em rigor, não se sabe bem o que anda a fazer perdido neste governo, uma vez que já nem o cds/pp o quer. Aqui, creio, o PM deveria dizer uma palavra sobre essa captação de IDE, não disse, e o José Gomes Ferreira também não perguntou, e deveria ter perguntado. Sublinhar só o caso da AutoEuropa é curto, além de ser um exemplo um pouco estafado. Embora prove que a outra margem não é o "Deserto" de que falava Mário Lino. As chaminés, os fumos a sair delas, os milhares de carros e de pessoas - provam que na outra banda não existem só camelos.

4. O défice público também está em rota descendente, fruto de rigor orçamental, por vezes até demais, mas isso é só quando a administração fiscal se engana e cobra impostos indevidamente. Agora, para os devolver, gasta mais tempo e dinheiro, além do desgaste psicológico que provocou aos contribuintes lesados. Ou seja, o Estado tem de passar a ser uma pessoa de bem, e enquanto isso não sucede tende a comportar-se como um delinquente legalizado - na velha tradição weberiana de que o Estado é sempre a estrutura que comanda a violência organizada. Isto terá de mudar, e se copiarmos o modelo da Europa do Norte ainda ficamos todos crédulos e mais amigos uns dos outros. Nesse tempo, a haver, até poderemos dormir de portas abertas e guardar o dinheiro na caixa do correio.

5. E por falar na sociedade da confiança - o PM terá de colocar o responsável pela CGA no Júlio de Matos, pois o sujeito tem vetado os casos de pedidos de reforma antecipada por parte de professores gravemente doentes. Presume-se que a doença não induza nem provoque a mentira compulsiva, e também aqui o PM andou bem - embora um pouco reactivamente porque agiu após as mortes terem ocorrido. Esperemos, contudo, que estas novas regras - que integram os médicos nas "juntas médicas" - sejam mais competentes e lancem um olhar mais humano para este problema em Portugal. As pessoas, em particular os docentes do Secundário, não são carneiros a quem o responsável da CGA transforma em bode espiatório da sua própria incompetência e boçalidade. Pensando melhor, deviam espetar com o sujeito no Miguel Bombarda, depois de estagiar no Júlio de Matos.., senão ainda é o PM que enlouquece, e com ele toda a sociedade portuguesa que não tolera essas injustiças e inumanidades.

6. A reforma da AP está a fazer algum "sangue", mas não há volta a dar-lhe, e o quadro de mobilidade pode acumular com a privada e receber 2/3 da pública. O problema é se fica sem o rendimento de ambos os lados, e a formação/qualificação é curta... Mais um drama, vq, o Estado em Portugal é gordo, e o o PSD/CDS ainda lhe introduziram mais lípidos quando estiveram no poder - que agora Socas pretende subtrair - musculando o Estado com melhores serviços à sociedade.

7. Quanto ao emprego.. pouco de substantivo ainda foi feito. Julgo que Socas terá de fazer aqui o que já começou a fazer com as medidas de fomento à natalidade. Sendo que o crescimento económico, a qualificação e as políticas sociais activas - serão pedras de toque deste 2º mandato - que será "tocado" por um "olhar" mais social.

8. Lembrei-me também de Ferreira Leite - a pior ministra das Finanças desde o 25 de Abril do governo Zé Barroso, dado que a senhora replicava no PsD aquilo que era a cassete do PCP (mas em versão neoliberal made in Consenso de Washington). Leite só sabia proferir uma palavra: "contenção do défice", o que até levou Sampaio a dizer que havia mais vida para além dele, e Socas está no bom caminho porque procura fazer várias coisas bem ao mesmo tempo.
Tudo visto e somado: damos 17 Val. a Socas. E só não lhe damos um 18 porque não somos o Marcelo-sabichão nem perdemos tempo a ler as coisas alienantes estampadas no Harry Potter".